
A vontade que tenho
De mandar a Saudade à merda –
Pestilência sobreposta ao hábito de ser eu.
Tirar-me, assente em lodo,
de mim ou do lodo,
Rasgar não fora sombra, morder chegasse a boca,
Ao cordão umbilical –
Carne infestada de borboletas,
Ainda pousadas, como bestas
Bebendo o sangue que infectaram,
Engodos húmidos que me tornaram,
Morador da peste alheia a mim.
Quero vê-lo de longe
Corpo-engodo, Corpo-logro,
Cordão novo, cordão podre
Deixá-lo preso a um balão
Dilatado de morte,
De borboletas, pus, enxofre,
E que me leva para longe
Dele e de mim.
Quando fico eu?
Quando fico,
Que me despeço de tudo o que sabia,
Até da pequenez e da agonia
De persistir como uma mancha.
Sobre-me a uma derradeira queda,
Mas mudar por intervalos de merda –
É uma amputação desperdiçada
Na persistência de quase nada.
Porque sobrevive a um corpo morto
E porquê até tão tarde?
Que vontade,
Ah, que vontade
de mandar à Saudade a merda.